quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dissonante I



Brisa azul do céu.
Sou um inverno ao Sol.
Quanto mais perto desejo
mais dissonante
sombra à sombra sou.
Querer ser som vibrante,
semelhante ao que rodeia,
tonalidade pendant
e não esta coisa vã
que não chega à beira.
Opaco lamento
lento luto por vir,
carrega a dissonância
e a distância entre iguais.
Seus olhares são punhais
que reluzem à beira tarde
nas calçadas de Agosto.
E eu no meu posto
sou peça de outra máquina.
Quero, desejo,
rejeito, desvio o olhar.
E ecoam as embarcações
em vibrações sem par.
As quilhas rasgam a mente
diferente da pele morena,
dissonante tenho pele
de ela não ser a musa
do meu respirar vital.
Poema nela sem igual,
verso quente de mar
num lento conversar
para sempre consonante.


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