quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Is you, not me, greatfull tree
Whom is still and aí parada.
Your view beutifull can be,
If you grow up, stop charada.

I’m wild
I’m wind
I’m not tree
A desventura só pode be
Se ser não é parecer
Stop charada
Stop charada
I’m not tree
I’m not tree
I’m not tree
I’m not tree
I’m not tree

Let me be
Go away por aí.

12-09-1997

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Locked

A croud is locked inside of me,
Every person that i can be,
Many people, may people,
Over there and over aqui.

People minha que desconheço
Gente ou máscara, eu sei lá.
Estremeço locked in myself,
A crowde with me cá dentro,
Cá dentro e cá fora people
Nada de mim conhece.

Strange crowde, strange me,
Quero ser o que vi.

02 e 04-06-1997

sábado, 26 de dezembro de 2009

This is the end, my only friend, the end

Ninguém vai à fonte
Nem Helena ou Joana,
Maria ou Susana,
Perdido no monte
Choro e peço mais
Mais força que imana
Foguetes na ponte
De artifício reais
E a Suíça é tão longe
Fiquei sem ninguém
Sem eu sem meus pais
Resta-me ser monge
Depois fazer bem
O que sempre fiz
O horizonte além
E eu aqui feliz
E eu aqui feliz
Com dores também
Sofro do nariz
Ninguém está aí
Ninguém que importe
Toda a gente diz
Escreve tem sorte
Escreve de ti
Ai, pára, desdiz
Ai, foge da morte
Ai ai ai ai ai
Gosto do meu pai
E da minha mãe
O cantor é parvo
Ou não tenho norte
Ou, i’m just happy
Ou, i’m just happy
E a tormenta volta
Corro pela noite
Estrada deserta
Vento é um açoite
Curvo numa recta
Autocarro azul
Crianças são loucas
Das casas da Epul
As secas são poucas
Eu sou só um parvo
Eu sou só um parvo
But i’m just happy
But i’m just happy
Isto e muito mais
Que por não saber
Não digo aos jornais
Se me engana Helena
Se Joana ou Maria
Uma me envenena
Outras têm punhais
Ainda i’m just happy
Ou eu sou um parvo
Por ser tão happy
Elas são iguais
Quem me mente não
Me engana, pois não?
Se isto é o fim
Pois então que seja!

18-09-1997

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

pulsar

pulsar


oscilação metafísica entre eu e tu


pulsar

sssssssssserpentear latejante


pulsar
latejar


a vida é uma sucessão de latejos
picos altos baixos picos
ou meros lampejos do pulsar transcendente
felizes sorrisos ricos




pulsar
assimetria
entre a noite e o dia
excepto a certa monotonia
tudo me range crepita e arrrrrrepia

substrato ululante imperceptível
imensa força invisível
além terrível
eco nível
pulsar


pulsar
pulsar
pulsar
bolsar
gotejar
latejar
pulsar
pulsar
pulsar

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

as palavras que te posso dizer
já as sabes são de tua invenção
o que tenho cá dentro que me dói
lê-se no livro aberto o coração

sou uma criança tola e mimada
que não reconhece o amor que lhe têm
por isso corro cego por entre espinhos
amando a dor e as sensações que vêm

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

sinto-me como se estivesse sempre no ponto de partida,
mas a cada dia estou mais à frente ou ao menos num local diferente

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

secreto tesouro

tenho um tesouro secreto bem guardado num lugar só meu
tenho um tesouro secreto guardado numa caixa de veludo e marfim
é lindo meu tesouro
é lindo e precioso
contemplá-lo faz-me bem faz-me querer ser bom ser melhor ser digno de tanta beleza
tenho um tesouro secreto é um amor clandestino

tantas vezes num grupo me sinto só com ele nunca estou sozinho
tenho um amor secreto quando penso nele não me sinto só
trago-o comigo
ele me faz bem
já nada para mim é castigo pois em ti me apoio
só te digo aquilo que nem sei

tenho um secreto amor precioso para mim é
é forte me interpele me desassossega
é um amante apaixonado que atira pedras à minha janela de madrugada
olha-me nos olhos vai fundo no meu coração

tenho um amor secreto é uma bailarina que dança para mim
rodopia em pontas salta e caminha tão suave como a brisa fresca das manhãs de Setembro
mal toca no chão
me fascina me atrai me seduz com sua elegância e beleza

este amor é um tesouro que guardo no lugar mais caro mais querido que tenho
se corresse o risco de o perder venderia todo o meu ferro-velho para o guardar
correria atrás do vento subiria à montanha mais alta caminharia à nação mais distante
sou muito zeloso do meu tesouro subo ao sótão lá me tranco e procuro ser um com ele
quero me revestir do seu ouro logo por baixo da pele
quero tê-lo em cada menina do olho lá brilhando me colorindo o Universo
quero que os meus ossos sejam do seu marfim

tenho um tesouro secreto
shiu é um bebé dormindo nos meus braços
shiu é a paz de um claustro
shiu não falem escutem é o apito de um barco lá longe
é uma palavra importante sussurrada na noite
shiu silêncio

tenho um tesouro secreto caminho na multidão não consigo ser discreto só não vê quem não olha tenho-o exposto no coração

domingo, 13 de dezembro de 2009

todas as músicas que ouço falam-me de ti

sábado, 12 de dezembro de 2009



tu cortas-me as amarras
que eu procuro a todo o custo
manter presas à terra

tu queres ser o meu porto de abrigo
e que é que eu retribuo
incompetência para amar
para retribuir essa liberdade
que me ofereces

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

a areia grossa pica-me nos pés
algo talvez o sol pica-me na pele
ai esta secura ai esta aridez
o horizonte tremeluz em si fiel

a brisa ardente seca-me o suor
luz tanto encandeamento
o corpo dói-me com outro vigor
se me sinto só na mente

estou aqui estou aqui estou aqui estou aqui

procuro busco-te
anelo oscilante por falta de equilíbrio
sem te ver osculo-te
aqui me tens pobre em ti ébrio

caio de joelhos e mãos no chão
sob o peso da minha fraqueza
na boca sangue areia salivam
eu todo ciente e tudo em mim reza

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

sou chamado

sou chamado a ser uma planta silvestre
tenra frágil cheia de força
sou chamado a ser discípulo e não mestre


sou chamado à gruta do poço da minha cisterna
bem fundo bem só trono único
sou chamado à solidão duma relação eterna

quarta-feira, 18 de novembro de 2009



não posso ser dono do desconhecido
não
não posso


aquele homem lutou
trabalhou
afadigou-se em mil e uma empresas
queria isto
queria aquilo
aquele homem corria atrás de um sonho
e o que aquele homem queria


ser dono do impossível


pensa bem homem apressado
vê lá bem no fundo da tua existência o que buscas
será o princípio da cadeia
causa e efeito
sobes uma escada em busca de uma única coisa


pergunto-te


o que é a felicidade
o que é o sucesso
o que é o amor
o que é a tristeza que sentes quando alguém faz-te mal
sentes tédio e frustração quando
comes para quê
bebes para quê
fazes amor para quê
queres o bem-estar para quê
o sorriso do teu bebé diz-te o quê




onde tens os teus alicerces










onde pões a tua segurança
















homem não podes ser dono do desconhecido

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Manto Negro


Quando te vejo na calçada
nesse teu andar imperfeito
afunila-se o horizonte
manto negro cobre o meu sangue


Tens um sorriso natural
de quem povoa os sonhos bons
mas quando fito o teu olhar
manto negro na minha mente


Pára o tempo e o ar rarefeito
somos imagens em fluidez
câmara lenta vibrante
manto negro tecido da alma


Volta a pulsar o coração
vai triste por não se perder
por não florir no teu olhar
manto negro cobre o meu sangue.

domingo, 15 de novembro de 2009

A ressaca



Depois do afluxo de sangue vem...

Depois da saliva secar vem...
Depois do vento passar vem...
Depois do esquecimento vem...
Depois do golpe louco vem...
Depois do seguir em frente vem...
Depois do grito, do gesto, vem...


Vem, vem, vem, vem...


Antes do sossego vem...
Antes do recomeço vem...
Antes da nova porta vem...
Antes da aceitação vem...
Antes do perdão vem...
Antes do descanso vem...


Vem, vem, vem, vem...


O bafo ácido derrubou pinhais inteiros, lá no norte do vento, gelado o gel da vertigem dos pensamentos irracionais. Ele é forte, é forte, é de matriz granítica casada, em união de facto, com o basalto da loucura. Num ápice. Numa batida do coração. Num grão de areia entre a lente e a íris tudo se desmorona.


Depois de tudo passar vem...

sábado, 14 de novembro de 2009



meu amor espera por mim

paciente naquele outeiro
caminho espaços sem fim
descalço sobre braseiro
tal como grama e capim
meu amor meu luzeiro


meu amor todo me rodeia
todo o desejo de bem
necessidade plebeia
mas alto ensejo também
ser afecto em alcateia
meu amor faz-me ser alguém

quinta-feira, 12 de novembro de 2009



como poderei navegar
até ao interior
onde te encontras


sou confrontado
com falta de forças
e forças contraditórias


o que fazer


ajoelho-me
em silêncio
no turbilhão


e


aguardo a tua voz

sexta-feira, 6 de novembro de 2009





Certo dia numa gare
A ocidente do meu lar
Senti-me só e intenso,
Integrado e propenso
A este melancólico olhar.



Sentado num banco corrido
Ali estou eu inteiro, contido,
Atento, discreto, olhando
Quem vai e vem passando.
Que diversidade, que colorido!



Gente que vem, gente que vai,
Gente que entra, gente que sai,
Pergunto-me que histórias trazem
O que na vida elas fazem.
Serás casada ou mãe? E tu pai?



Local de passagem é mesmo assim:
Deserto, triste, isto para mim.
Procuro, anseio, por raízes,
Relações, olhares, felizes
Que tragam conforto no fim.



Conheço para onde vou,
O prédio que alguém desenhou.
Sinto saudades de ti que passas,
De ti e de ti o que quer que faças,
Minha alma se agarrou.



Tanta história desconhecida
Que passa por mim distraída,
Corres para o autocarro suburbano
E fazes isto todo o ano.
Quero sair e seguir a tua vida.



Nesse dia senti-me fantasma,
Só, intenso, mero plasma.
Perto de casa estava
Neles nela me achava
Nela eles eram asma.



Minha casa eras tu e tu e tu,
Leva-me sinto-me nu,
Proteges-me deste vazio,
Prometes-me calor no frio
E desvendar esse tabu.



Nesse dia de volta ao lar,
À casa não estava a chegar.
Cada pessoa que por mim passou,
Um pouco desse sítio de mim levou,
Levou para nunca mais voltar.



sábado, 31 de outubro de 2009

Mais



Senhor, bem fraca é a minha resposta ao Teu amor.

Assim me lamento.
Quero sentir-me em paz,
mas como é isso possível
se Tu pedes mais,
sempre mais de mim?
Eu nada posso.
Sou um verme
distraído
sem utilidade.
Como poderei viver em paz Contigo?
Como?
Sem estar sempre sofrendo
por saber que devia dar-me mais,
confiar mais,
abandonar-me mais,
morrer mais,
rezar mais,
amar-Te mais.


Como, meu Deus?


Sinto que não faço o suficiente.
Ainda sou cego.
Ainda sou coxo.
Ainda vivo possuído pelo pecado.
Não vejo em mim nada merecedor de salvação.


No entanto Tu amas-me.
Tu és Amor
e por isso achas-me digno de salvação.
Mesmo que eu nada faça para o merecer,
excepto apelar à Tua Misericórdia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dissonante II



Não me sinto bem na minha pele,

parece-me ter um segunda...
desajustada.
Quero me evadir
e refugiar-me no olhar de quem me vê.

Dissonante I



Brisa azul do céu.
Sou um inverno ao Sol.
Quanto mais perto desejo
mais dissonante
sombra à sombra sou.
Querer ser som vibrante,
semelhante ao que rodeia,
tonalidade pendant
e não esta coisa vã
que não chega à beira.
Opaco lamento
lento luto por vir,
carrega a dissonância
e a distância entre iguais.
Seus olhares são punhais
que reluzem à beira tarde
nas calçadas de Agosto.
E eu no meu posto
sou peça de outra máquina.
Quero, desejo,
rejeito, desvio o olhar.
E ecoam as embarcações
em vibrações sem par.
As quilhas rasgam a mente
diferente da pele morena,
dissonante tenho pele
de ela não ser a musa
do meu respirar vital.
Poema nela sem igual,
verso quente de mar
num lento conversar
para sempre consonante.


sábado, 24 de outubro de 2009

Leve, abraço do vento



No alto, no abraço do vento,
subo com aos pés o mundo.
Somos um neste momento
leve, lá no céu profundo.


Pairo com a alma insuflada,
leve, leve sob os montes.
O ar é puro, a luz parada,
ambos minhas vitais fontes.


Sou tocado pelo Tudo
mero eu meio grão de pó,
semelhante abafo mudo,
farrapo de um capindó.


E Nele vejo quem sou.
Só Nele realmente existo.
Nele o meu gelo brilhou.
Nele vivo mais do que isto.


Só Nele a lama é diamante,
o suor medalha de glória,
o fogo rio refrescante
e a queda raiz da vitória.


Pairo leve por segundos,
eternos, leve união.
Sou visita doutros mundos,
leve, leve, com perdão.


Depois regresso, ao cascalho,
que rebola monte abaixo,
à urze, esteva, ao galho
e à peças que nunca encaixo.



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sete horas



Sete horas da tarde deste Inverno,
sete são só as lojas que fecham,
sete tantos doutores vestem terno,
sete amores passam e me deixam.


Está escuro na luz amarela,
a vida vem da caixa do dinheiro,
a calmaria já desce esta viela
que antes foi das formigas um carreiro.


Por detrás desse prédio, nada sei.
Por detrás de um escuro vidro quente,
escuro quente vidro, nada olhei,
um quente escuro vidro que me mente.


Quem acaba o trabalho agora sai,
quem na rua passa dele agora vem.
Quem no prédio entra só cansado vai.
Quem sou eu ! Nem sair nem entrar também


É triste as sete horas desta rua.
Vaidosas portas às sete fechadas
pondo decentemente e pura nua
a estrada onde há sóbrias fachadas.


Sem nada melhor p’ra fazer, ‘stou só,
sentado na cadeira e solidão
vejo a vida girando numa mó
onde sai só pó do meu coração.


Nesta rua tudo passa, só eu não.
Mas sou só eu a olhar e a rever nela
que eu queria estar nessa situação
de ser visto na rua pela janela.